Como construir uma estrutura de análise de dados do zero
Qual empresa, em plena era da Indústria 4.0, ainda não esbarrou no termo business intelligente (inteligência de negócio)? No geral, associamos o BI à análise de dados pura e simples, muitas vezes vinculadas à plataforma X ou Y. Mas, o que precisamos ter em mente, é que construir uma análise…
Qual empresa, em plena era da Indústria 4.0, ainda não esbarrou no termo business intelligente (inteligência de negócio)? No geral, associamos o BI à análise de dados pura e simples, muitas vezes vinculadas à plataforma X ou Y. Mas, o que precisamos ter em mente, é que construir uma análise de dados não é apenas agrupar informações em uma dashboard ou relatório. Na realidade, a visualização de dados em uma estrutura organizada e coerente é um produto da análise de dados, que envolve um processo muito maior e mais profundo.
No artigo de hoje, focaremos em oferecer uma visão geral sobre o processo para que a partir dele você seja capaz de esboçar uma estrutura de acordo com os recursos que tiver em mãos.
Etapas da análise de dados
A primeira etapa para construir uma análise de dados é compreender que toda empresa possui uma maturidade de dados. E o que isso significa? Significa que cada organização possui um contexto de produção, exploração e uso dos dados em sua rotina. Criar uma estratégia de análise de dados para atender a uma demanda específica começa no entendimento de em qual momento sua empresa se encontra. Faça um diagnóstico respondendo a perguntas que te auxiliem a entender como é o fluxo dos dados no seu dia a dia, como eles são armazenados, se há alguma governança, etc.
Por exemplo, se você está em uma empresa onde cada departamento utiliza uma ferramenta para gerenciar sua rotina você vai ter uma série de desafios diferentes de empresas que utilizam a mesma solução para todos os setores. Se falarmos em uma empresa que não usa nenhum tipo de sistema de gestão baseado em comutador, os desafios serão outros, pois você precisará se apegar à métodos analógicos para desenvolver o trabalho.
Uma vez entendido o momento da empresa, está na hora de buscar os recursos adequados para viabilizar a análise, e como recursos me refiro tanto às plataformas de análise como Power BI e Tableu, quanto à pessoas que trabalharão direta ou indiretamente no projeto. Domine a ferramenta escolhida, mas busque sempre trazer para colaborar no projeto não apenas pessoas que pode executar tarefas técnicas, mas pessoas que conhecem a regra de negócio da empresa e que poderão te ajudar a desbloquear algum entrave com seu conhecimento conceitual .
O terceiro passo é escolher o produto de análise adequado ao público que fará uso das informações. No início do artigo mencionei que dashboards e relatórios são produtos da análise de dados, na próxima seção você poderá compreender qual é a diferença conceitual de cada um deles para entender qual seria o mais indicado para cada necessidade e público alvo.
Dashboards x Relatórios
Dashboards são interfaces gráficas que apresentam um resumo de informações relacionados à um contexto específico. Seu objetivo principal, é facilitar a tomada de decisão, permitindo que o usuário/leitor possa compreender um conjunto de dados de forma rápida. Já os relatórios são documentos que fornecem informações detalhadas sobre um tema específico. Assim como a dashboard, seu objetivo é orientar o usuário/leitor na tomada de decisões, no entanto, isso se dará mediante uma análise mais profunda e precisa dos dados ali disponíveis.
O fato importante é que ambos os produtos visam embasar a tomada de decisão. É muito comum que uma pessoa de dados queira exibir seu trabalho em uma dashboard colorida, navegável e cheia de métricas complexas, como uma forma de provar o valor do seu trabalho. No entanto, nem sempre este será o melhor caminho, uma vez que a necessidade informacional pode ser diferente por diversos fatores.
Por isso, é primordial conhecer seu usuário. Existem muitos fatores que podem influenciar no perfil, mas para facilitar nosso entendimento, focaremos em dois principais: departamento e cargo. Por mais intuitivo que departamento ou setor possa parecer, é bom ter em mente que existem métricas e indicadores que podem ser compartilhados por toda empresa. Contudo, para cada time esta métrica se traduz em uma ação diferente, portanto, a abordagem divulgação talvez não possa ser a mesma. Quanto ao nível do cargo, os agentes que terão acesso aos dados geralmente ocupam posições diferentes na instituição e isso se traduz em níveis diferentes de detalhamento da informação.
Construir uma análise de dados eficiente vai muito além de selecionar ferramentas ou apresentar gráficos bem elaborados. Trata-se de um processo estratégico que considera a maturidade dos dados da organização, envolve a escolha de recursos e profissionais adequados, e, acima de tudo, foca no entendimento das necessidades do público-alvo. Dashboards e relatórios são instrumentos poderosos, mas sua eficácia depende de como estarão alinhados aos contextos específicos de cada departamento e ao nível de responsabilidade dos usuários. Sendo assim, conhecer a fundo seu público e suas demandas informacionais é a chave para transformar dados em decisões estratégicas e gerar valor real para a organização.